Lessa revelou que estava com ‘Doutor Piroca’ ao buscar locais para matar Marielle, em delação premiada após a morte do advogado.
A vereadora Marielle Franco, assassinada brutalmente em 2018, continua sendo uma figura emblemática na luta pelos direitos humanos e pela justiça social. Sua morte chocou o país e levantou questionamentos sobre a segurança de ativistas e representantes políticos que enfrentam o status quo.
O ex-policial militar Ronnie Lessa revelou em sua delação premiada detalhes preocupantes sobre o planejamento do assassinato da vereadora Marielle Franco. Sua colaboração com as autoridades trouxe à tona informações importantes que ajudaram a desvendar o caso e a buscar justiça para Marielle e sua família. Essa triste história serve como alerta para a necessidade de combater a violência política e garantir a proteção dos defensores dos direitos humanos.
Marielle Franco: Vereadora Assassinada
De acordo com relatório da Polícia Federal sobre o caso, Lessa afirmou que, na ocasião, estava ‘obcecado em encontrar uma alternativa viável‘ para a execução e, por isso, passou a estudar o endereço em que a vereadora Marielle Franco morava ‘com afinco’, enquanto estava na companhia do advogado morto 29 dias depois do assassinato de Marielle e do motorista Anderson Gomes.
Marielle Franco e a Delação Premiada
Maia também é brevemente mencionado na delação de Élcio de Queiroz, ex-policial militar, outro suspeito de ter executado a vereadora assassinada. De acordo com colegas de profissão de André Luiz Fernandes Maia, o apelido ‘Doutor Piroca’ fazia referência à expressão ‘piroca das ideias’, no sentido de ‘doido’.
A reportagem apurou que, no meio profissional, ele era tido como ‘marrento’, se envolvia em brigas e tinha o costume de andar armado. Quando foi morto, em 12 de abril de 2018, respondia pelos crimes de ameaça e estelionato. Ele já tinha sido condenado, em julho de 2014, pelo crime de coação no curso do processo e cumpriu um ano de prisão em regime aberto.
A reportagem não localizou representantes de Maia. No dia de sua morte, ele saía de casa no Anil, bairro dominado pela milícia na zona oeste do Rio, quando foi abordado por dois homens armados que estavam numa moto. Os suspeitos atiraram à queima-roupa contra o advogado, atingindo a vítima no peito, e fugiram sem levar nada.
Novas Descobertas sobre o Caso de Marielle Franco
Na ocasião, a Polícia Civil do Rio concluiu que o homicídio foi motivado por dívidas com a milícia. O caso foi denunciado pelo Ministério Público. Um suspeito do crime, apontado como integrante do grupo paramilitar do Anil, foi preso em Miguel Pereira, no interior do estado, em agosto de 2021. Lessa, que é réu confesso, fechou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal e apontou outros três suspeitos de envolvimento no assassinato de Marielle e Anderson, além da tentativa de matar a assessora Fernanda Chaves.
Na manhã deste domingo (24), a PF deflagrou a operação Murder Inc. e prendeu o deputado federal Chiquinho Brazão, o conselheiro do TCE-RJ (Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro) Domingos Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil no Rio. No despacho que autorizou a prisão, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes afirma que a ‘divergência política em relação à regularização fundiária de condomínios da zona oeste do Rio’ está por trás das motivações do crime.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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