Júlio César ajustou o sistema romano, inserindo meses adicionais e anos bissextos para sincronizá-lo internacionalmente. Mas um ponto de erro quase atrasou tudo durante o reinado de Augusto.
Em tempos antigos, o calendário costumava gerar bastante confusão entre as pessoas. As datas das festividades não coincidiam com as estações do ano, como por exemplo a celebração da colheita que ocorria no meio da primavera. Foi em meio ao século 1º a.C. que surgiu o calendário romano, trazendo ainda mais incertezas e desencontros com a natureza.
O surgimento de um sistema de datação preciso se tornou cada vez mais urgente diante das disparidades entre o calendário e as estações do ano. Os agricultores necessitavam de um referencial confiável para garantir que as plantações estivessem prontas no momento adequado. Com o avanço da tecnologia e dos estudos astronômicos, foi possível aprimorar o calendário e criaram-se normas para evitar que as festividades ocorressem fora de época.
Reformulação do Calendário Juliano
Ele ficou tão desorganizado que importantes eventos anuais tinham cada vez menos correspondência com a realidade do mundo ao seu redor. Foi então que Júlio César (100 a.C.-44 a.C.) se propôs a corrigir esse sistema que se tornara obsoleto. A tarefa não era simples, pois requeria a adequação do calendário do Império Romano à rotação da Terra em torno de seu eixo (um dia) e sua órbita em volta do Sol (um ano). Esse processo de ajuste do calendário foi crucial para garantir a precisão de épocas importantes.
A Revolução Proposta por César
A solução encontrada por César culminou na criação do que seria chamado de ‘o ano mais longo da história’. Ele introduziu meses adicionais ao calendário, seguidos por sua remoção posterior, fixando-o às estações e implementando o conceito do ano bissexto. Este foi um projeto de grande magnitude que enfrentou sérios desafios decorrentes de peculiaridades da matemática romana. Estamos situados em 46 a.C. – O Ano da Confusão, um período marcado por turbulências no calendário romano.
Esta etapa pode ter sido complexa, porém de acordo com a historiadora Helen Parish, da Universidade de Reading no Reino Unido, o calendário romano original baseava-se nos ciclos da Lua e do ciclo agrícola. Com uma perspectiva contemporânea, percebemos que algo essencial estava ausente. O ano consistia de apenas 10 meses, começando em março (primavera no hemisfério norte) e finalizando em dezembro. Com seis meses de 30 dias e quatro de 31 dias, o total de dias no ano era de 304.
A Reforma de Numa Pompílio
Foi sob o reinado de Numa Pompílio (753 a.C.-673 a.C.) que se decidiu aprimorar o calendário romano. Ele optou por incluir meses extras para abranger o período de inverno, evitando um calendário que cobrisse apenas parte do ano. Assim, adicionou 51 dias ao ano, originando os meses conhecidos atualmente como janeiro e fevereiro, ampliando o ano-calendário para 355 dias.
Embora pareça um número peculiar, essa extensão foi estratégica. Correspondia ao ano lunar, composto por 354 dias, sendo acrescido de um dia devido à aversão romana a números pares. Os meses foram então redistribuídos de forma que todos contivessem uma quantidade ímpar de dias, exceto fevereiro com 28 dias.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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